Querida, tu me deixaste
esperando numa esquina distante, no cruzamento de ruas sem nome (e sem saídas).
O tempo passou e eu nem contei as horas, por que tinha certeza de que virias.
Depois, percebendo o meu engano, o meu claro equívoco, fui embora triste,
tentando entender. Imaginei tua
onipresença, acompanhando meus sentimentos. E veio um novo dia, e vieram todos
os outros dias. E eu passei a evitar esquinas, a olhar menos para os lados e a
transitar apenas por ruas com nomes e com saídas. Até que agora, nem sei mais a
quanto tempo, percebo que esqueci tudo, apenas restou a lembrança daquela
esquina, que felizmente não preciso evitar mais.