Day after
o dia que eu quis lembrar é de uma pessoa que na verdade nunca existiu. apenas na minha fantasia. habitou um corpo alheio. viveu por quase duas décadas no meu pensamento diário, até desaparecer num golpe da fatalidade. num brutal embate com a realidade, como uma lança certeira no coração. como uma onda enorme afogando um surfista amador. como um laçaço cruel ao muar distraído. no fim, restou o corpo. com alma estranha. com cheiro, olhar e voz desconhecidos. não era aquela. era a outra. se um dia ainda puder falar, não gastarei minhas poucas palavras. cantarei murmurando... entoarei a canção dos mudos. linda canção que se escuta com a alma! a lua só existe no firmamento
terça-feira, dezembro 02, 2014
quinta-feira, março 27, 2014
Esquina.
Querida, tu me deixaste
esperando numa esquina distante, no cruzamento de ruas sem nome (e sem saídas).
O tempo passou e eu nem contei as horas, por que tinha certeza de que virias.
Depois, percebendo o meu engano, o meu claro equívoco, fui embora triste,
tentando entender. Imaginei tua
onipresença, acompanhando meus sentimentos. E veio um novo dia, e vieram todos
os outros dias. E eu passei a evitar esquinas, a olhar menos para os lados e a
transitar apenas por ruas com nomes e com saídas. Até que agora, nem sei mais a
quanto tempo, percebo que esqueci tudo, apenas restou a lembrança daquela
esquina, que felizmente não preciso evitar mais.
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