terça-feira, junho 17, 2008

"Acalmai o vosso furor, que em vão provocais o meu..."

Não obstante de que no inverno o nosso desejo "encolhe"
Chega a jovem loira exuberante e lânguida
Que com a barriguinha que ainda é só ventre
Desafia o frio na faixa entre a mini blusa e o jeans
De nós todos o olhar atento recolhe

E a rima pobre, forjada e falsa,
Que me aparece sem espontaneidade,
Cria o novel poeta que ao vôo se alça,
Sem quase perceber que já passou da idade.

E agora? como terminar com dignidade
Este poemeto metido a sério
Se me falta dom e capacidade
Para revelar o verdadeiro mistério?

(mas creeedo, meu bom e incauto leitor,
o que mesmo tem a ver o título,
que se refere a um tal furor?)

(Certamente é o desespero
de rimar a qualquer custo
sem demonstrar muito esmero...)

quinta-feira, junho 12, 2008

À minha amada no dia dos namorados !


Soneto à lua

Por que tens, por que tens olhos escuros E mãos lânguidas, loucas e sem fim Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim Impuro, como o bem que está nos puros? Que paixão fez-te os lábios tão maduros Num rosto como o teu criança assim Quem te criou tão boa para o ruim E tão fatal para os meus versos duros? Fugaz, com que direito tens-me presa A alma que por ti soluça nua E não és Tatiana e nem Teresa: E és tampouco a mulher que anda na rua Vagabunda, patética, indefesa Ó minha branca e pequenina lua! (Vinícius)